Covil

O pior PARALÍTICO é aquele que não quer andar.
Quem MORRE por gosto não cansa.
Quem muito se ARMA, muito se fode.
Mais depressa se apanha um mentiroso do que um COXO.

Saturday, November 12, 2005

Episódio 12 - O encontro iminente

Enquanto chapechapava as partes íntimas, Connie tentava descobrir porque raio tinha gritado o nome de Afonso a meio da quarta investida do marido no último quarto da hora da quarta sessão da tarde, “- É inexplicável, ele nunca me satisfez! Sempre que fazíamos sexo eu adormecia a meio, ou então ele. Foi um milagre os gémeos terem nascido!”. Assim que acaba de proferir as últimas palavras Connie é apanhada de surpresa por Tesus: “- Gémeos? Quem é que tem gémeos?”. Com uma cara completamente de parva, Connie tenta insinuar-se ao marido sabendo perfeitamente que este tem muitos problemas com a memória a curto prazo e, com uma probabilidade muito elevada, nos próximos segundos poderia esquecer-se das palavras dela “Já me basta ter falado no Afonso!”, pensa. À medida que se aproxima do marido, Tesus começa a derreter-se, no entanto, ambos são apanhados de surpresa quando, repentinamente, por trás de Tesus surge Maluca que profere as seguintes palavras: “- Se não tiveres roupa interior, não te adianta nada tapar as mamas com a saia. Para além disso, mais depressa se apanha um coxo que um mentiroso.” Da mesma maneira que surgiu, e enquanto Connie e Tesus olham estupefactos um para outro, Maluca põe-se a milhas. Pensando para si própria, Connie encontra a solução para o seu problema “De certeza que agora não se vai lembrar de me perguntar pelo Afonso. Ehehehe.” Segundos depois Tesus vira-se para a mulher: “- É verdade, já me ia esquecendo, quem é esse tal Afonso.”. As primeiras palavras na cabeça de Connie “Merda…” “- É um amigo do teu filho que veio cá deixar marmelada hoje de tarde para ele. Quando távamos em cima da mesa da cozinha apeteceu-me marmelada e lembrei-me que devia ter dito ao puto para a deixar cá de qualquer maneira” “- Mas Connie, tu agora pensas em comida enquanto damos uma voltinha pelo mobiliário da cozinha? Mas eu já não te satisfaço?” “- Não é nada disso fofinho, imagina só o que podíamos fazer com a marmelada…”. Subitamente mais bem disposto, Tesus, ainda um bocado desconfiado, vai na onda da mulher e dispõe-se a ver se a cola mesmo muito má que tinha usado para colar os bocados do lavatório, desfeito na actividade principal do casal, tinha servido o seu propósito.

Mesmo ali ao lado, na lata vizinha, Olivério tinha visões com Tininha. A cara de parvo que estava a fazer era vislumbrada por Paulo Charras através da névoa que só ele conseguia ver, enquanto continuava a rir compulsivamente. Olivério estava estupefacto, depois de ter ouvido as palavras de Maluca muito distantes, quase como vindas do outro lado do monte de lixo, do lado esquerdo da Rua Podre, rua principal do Bairro Fétido. Só conseguia ver à sua frente a cara ensanguentada do amor da sua vida, e umas gargalhadas maléficas que pareciam vir de dentro da sua cabeça. “- Eu salvo-te Tininha, eu levo-te para o hospital!” “- A culpa é tua cabrão, desaparece da minha vida! Mata-me de uma vez!”. Decidido a cumprir os desejos de Bibi, Olivério, depois desta ter desaparecido, levanta-se do chão e dirija-se à sua cozinha. Agarra numa faca e grita em voz alta: “- Eu mato-te! Se é isso que queres eu mato-te!”. Numa lata próxima, à janela, Paulo Charras ouve o grito e diz “- Fodasse, a mim as pastilhas nunca fazem aquilo… merda…” .

Já quando a noite se estendia pelas ruas chiques e mesmo muito bonitas do Bairro Breeze, o Dr. Afonso entra em casa. Fifi Florzinha, que exibia um sorriso de orelha a orelha quando ouviu a porta da entrada a abrir-se, reduz a extensão de abertura dos lábios para zero ao ver que o menino Quim Zé não se encontrava com o patrão. “- Acho que foi com a namorada, nem o vi a sair, tal foi a pressa dele.”, quando se volta para para trás de forma a pedir a Fifi que lhe leve um cházinho ao escritório, Afonso vê a porta da entrada a fechar-se e olha para o chão onde encontra um papel com o seguinte escrito “fui ali e ainda não vim”. À medida que se afasta do hall de entrada murmura “- Sim, muito másculo…”.

Fifi certo de que o par de noivos que ele mais detesta à face da terra (o par, não o noivo…) teria ido para o apartamento da lambisgóia para continuar o que ele havia interrompido durante a manhã, mete-se no carro e dirige-se para o apartamento pecaminoso, como tão carinhosamente fazia questão de chamar à morada de Gisele.

Depois de ter ido à casa de banho limpar a baba que, efectivamente, tinha escorrido por todo o fato quando viu em palco as actuações de Madonna e Shakira, Quim Zé olha-se ao espelho e pensa: “Tenho mesmo de ir pintar o cabelo, já se começam a ver as brancas…” Para além disso pensa também: “Aconteceu-me qualquer coisa quando ia entrar aqui… Ah… já sei.” E em voz alta repete “- O papel!”. Um homem que, ocasionalmente tinha entrado ouve as palavras de Quim Zé “- Qual papel?” “- O papel.” “- Qual papel?” “- Não interessa.” (qualquer semelhança entre este diálogo e outra coisa qualquer é pura coincidência...). Sai da casa de banho apressado e mete-se no carro com a certeza de que no caminho para casa de Gisele se iria lembrar de qual era o aviso do primeiro bilhete de aviso. Sim, Quim Zé ia a caminho da casa de Gisele, afinal, eles são noivos.

Na merda do Bar da Esquina, quando os empregados do bar já começavam a varrer para debaixo da mesa onde se encontravam Daniel e SSussana, este pede mais dois finos. Ofuscado pela beleza da mulher que estava à sua frente, e embora sabendo que esta se encontrava podre de bêbeda, não conseguia parar de estar ao lado dela. A sua presença era mágica e Daniel, de tanto a ouvir falar já tinha começado a pronunciar determinadas palavras com esssses a mais. Não fosse o facto de SSussana o ter empurrado para uma mesa e se sentado no colo dele, sítio onde actualmente se encontrava, Daniel nunca teria ficado a saber que a melhor amiga desta, uma tal de Gisele, andava toda excitada com o renovado cheiro fedorento do seu noivo, e que toda a gente cagava para SSussana. Daniel, inebriado pelas palavras daquela mulher, mais não fosse pelo hálito intoxicado de álcool que ela apresentava, decide levá-la a casa depois de esta, muito dificilmente ter conseguido pronunciar o nome do sítio onde morava. Depois de pagar a conta com os últimos trocados da carteira, mete SSussana no carro e começa a conduzir. O que Daniel não sabia, era que SSussana estava actualmente a morar com Gisele.

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