Covil

O pior PARALÍTICO é aquele que não quer andar.
Quem MORRE por gosto não cansa.
Quem muito se ARMA, muito se fode.
Mais depressa se apanha um mentiroso do que um COXO.

Tuesday, May 23, 2006

O Europeu

Hoje começa o Europeu de sub-21. Desconfio que muito pouca gente sabe disto. Tirando a TVI, que arriscando uma descida vertiginosa nas audiências do canal, decidiu transformar-se na televisão oficial do evento. E digo descida vertiginosa porque certamente que isto de transmitir os jogos em directo e não às duas da manhã, é coisa para mexer gravemente com a programação das novelas que a TVI tão religiosamente cultiva, já para não falar na desilusão que irão viver os religiosos adeptos dos Morangos com Açucar, que de certeza também irão sofrer qualquer coisinha, espero...

O Mundial de Futebol também parece que está a chegar, e, ao contrário do Europeu, não se realiza em Portugal, tendo, se calhar por causa disso, muito mais visibilidade. Aliás, se falarmos em Mundial, estamos praticamente a falar de uma selecção nacional vencedora, que a julgar pelos anúncios na televisão, já festejou à grande e à francesa.

Parece que foi no sábado passado que, no estácio nacional, uma cambada enorme de mulheres se juntou para construir uma bandeira nacional humana e exclusivamente feminina, noticiada como a mais bela bandeira de Portugal, isto porque quem teve esta ideia já sabia que eu não ia por lá os pés. Ao que parece, até a selecção esteve lá a festejar a "bandeira". Isto por causa do Mundial claro, porque o Europeu de sub-21, a realizar-se em Portugal, não precisa destas coisas...

Tuesday, February 14, 2006

Direito de resposta

O Covil é naturalmente um bom blog. Apesar da sua boa essência, acho que nenhuma de nós lhe soube fazer justiça.

Por outro lado, nunca me senti em casa, aqui. Talvez porque uma das contribuidoras se apoderou das definições do blog. Eu sou muito possessiva, está visto.

Que obsessão é essa pela Páscoa? Bolas.

Saturday, January 21, 2006

Este covil

Desde o momento em que foi criado, este blog viveu sempre com problemas de identidade, nenhuma das suas colaboradoras sabia muito bem o que fazer com ele. Por esta razão não fomos a tempo de nos inscrevermos no concurso para premiar os blogs mais educativos da blogosfera. Em honra desta crise moratória permanente e, porque apesar de nunca se saber muito bem o que isto é sempre foi um covil, aqui fica uma definição mais ou menos precisa de um dicionário online sobre a palavra covil:
- lugar onde se acoitam feras;
- antro;
- caverna;
- cova;
- lugar onde se oculta a lebre ou o coelho;
- toca, lura;
- couto ou esconderijo de malfeitores;
- choça, casa miserável.
Acho especialmente simpático o lugar onde se acoitam feras. O antro, couto ou esconderijo de malfeitores e choça, casa miserável também pode ser que tenha qualquer coisa a ver. Mas por enquanto, o covil é apenas uma caverna, cova ou toca vazia, dentro da qual nunca alguém, efectivamente, morou, tirando o martim, o quim zé, a gisele, a ssussana, o daniel caralhadas e outros tantos, que continuam todos a caminho do hospital. Pode ser que qualquer dia cheguem ao destino. No entretanto, vou enchendo para aqui o sítio de posts sem sentido, à espera que a Páscoa traga novidades, e que um dia, o covil, seja definitivamente mais do que uma casa miserável.




PS: No dia em que qualquer uma das outras contribuidoras se der ao trabalho de vir p'ra cá desafiar a minha autoridade, eu deixo-me destas parvoíces. Até lá, e enquanto não encontrar um template jeitoso e que seja mesmo diferente e bom, este cor-de-rosa enjoado fica por aqui, na esperança de relembrar o objectivo com que isto foi feito.

Eleições Presidenciais e as obras

O espaço que se segue é da inteira responsabilidade da interveniente

As eleições estão aí à porta. Aproxima-se a época de felicidade, paz, amor e união de todos os povos na terra. Fora isso, o covil encontra-se em obras. Um móvel aqui, um candeeiro ali. Vai-se experimentando, e só para fazer de conta kisto aki ainda tem quem se preocupe, mais um post educativo. Só para dizer que não se esqueçam de ir votar. Cedinho, se fazem favor, p'ró pessoal estar todo na caminha à hora do jantar. Peram lá, tem nada a ver o cu com as calças, né? De qualquer forma ficam aqui as indicações:
- de forma ordeira;
- com o bilhete de identidade em riste (nas aulas de defesa pessoal sempre nos disseram que nada melhor do que um bilhete de identidade em riste para desarmar qualquer adversário);
- com o cartão de eleitor (isto é daquelas coisas básicas, a não ser que queira fazer a figura triste e ridícula de ser expulso da junta de freguesia/câmara municipal/onde quer que vá para votar);
- não precisam de levar caneta, tá lá à vossa espera (mas se forem suficientemente cautelosos a ponto de levarem esferográfica convosco, nada de cor vermelha, queremos eleger um presidente da república, não mandar um candidato à merda);
- toca a votar conscienciosamente, não façam como eu e não se ponham a decidir no sítio em quem votar (ouvi dizer que não é assim que se faz, pensem nisso pelo menos cinco minutos antes de lá chegarem, o pim pam pum pode ser utilizado como processo de exclusão, caso não se lembrem de mais nada).

E, pronto. O Covil prestou o seu serviço público.

Tuesday, January 03, 2006

2006

Todas as contribuidoras deste maravihoso covil (axo eu) dão as boas vindas ao novo ano que começou ontem. Cépticas (céptica seria o mais correcto, mas o plural fica sempre bem) como sempre quanto às vantagens de mudar de ano, ou melhor descrédulas (lá está o plural só pelo bonito) quanto às mudanças que poderão eventualmente ocorrer, aguardam agora que o novo ano dê os seus frutos com a esperança residual de que não seja preciso gastar calorias para que isso aconteça.

Thursday, December 29, 2005

O Fim do Ano

Agora que nos encontramos a aproximadamente dois dias do final do ano que foi 2005 para entrarmos no ano que vai ser 2006, seria mais do que habitual fazermos um balanço do que se viveu, acontecimentos importantes, datas a assinalar. Covil limpinho que este é, serviria esta instrospecção social para arrumar as asneiras feitas, ou pelo menos varrê-las para debaixo do tapete, e por em exposição nas prateleiras tudo aquilo que correu bem. Como não gosto de ver prateleiras vazias, aqui não se fazem arrumações, logo não há instrospecção para ninguém.

No fundo, vim aqui só para manifestar o meu desagrado face a este ritual de passagem. Mais do que isso, propor novos rituais. Eu acho que seríamos todos mais inteligentes se concordassemos que, para servir de desculpa como noite folia, também podíamos festejar a passagem do semestre, do mês, da semana, e, sem querer ir longe demais, o próprio dia. Assim, vivíamos numa broa contínua, iríamos, eventualmente diminuir a esperança de vida do ser humano acabando com o excesso de população no planeta, certamente que não existiriam problemas de relacionamento entre as pessoas, dado que a bebedeira constante e posterior ressaca impediria qualquer raciocínio e, progressivamente, movimentos corporais de qualquer tipo e, no fundo, nem sequer tempo teríamos para não sermos felizes. Posso dizer que quem mais beneficiaria seriam os animais que não precisariam de nos aturar, de certeza absoluta que não existiria mais caça, porque ninguém conseguiria acertar no que quer que fosse. Muitas outras vantagens poderia eu enumerar, mas por falta de tempo e por ter os dedos gelados vou ficar por aqui.

Como já deve ter dado para reparar, eu não simpatizo particularmente com este feriado, e acho que é mais a festa que faz o dia e não o dia que faz a festa. Provavelmente porque nunca faço planos dignos de fim de ano, e porque são raros os anos em que efectivamente saio de casa, para além de conhecer uma pessoa especial que faz anos dia 31 de Dezembro, o resto não me diz muito.

Mas este desagrado todo não vem só de achar que é uma desculpa esfarrapada para fazer festa (não que isso tenha alguma coisa de mal, mal mesmo é acharem que toda a gente tem de festejar), vem, principalmente, do facto de o novo ano ser exactamente a mesma porcaria que o anterior, na maioria dos anos que vivi, ainda pior. Por isso, se eu entrasse no novo ano a dormir, a merda era a mesma, e se calhar se depois de acordar saísse de casa e fosse apanhar uma xiba descomunal, aí sim, a entrada era boa.

Saturday, December 24, 2005

Feliz Natal

Wednesday, November 23, 2005

Episódio 15 - Esta mensagem é um aviso...

Há medida que avança aos trambolhões em direcção ao elevador em pelota com a roupa na mão, Martim questiona-se várias vezes do porquê de estar ali. Daniel tinha razão, ele era completamente maluco, estava a encarnar alguém que não era e estava a enganar uma linda mulher. Estava a apaixonar-se por alguém e esse alguém nem sabia quem ele era.

No estacionamento do condomínio mesmo muito bom onde moravam SSussana e Gisele, Quim Zé e esta, carregavam aquela em direcção ao carro de Daniel. “- Mas, qual é o carro daquele tipo fedorento?” Indaga Quim Zé já a pensar que se não descobrissem qual era o veículo, teriam de voltar a carregar SSussana até ao elevador e de volta ao apartamento. “- Eu posso não ser muito esperta…” Exclama Gisele. Nisto SSussana abre momentaneamente os olhos e vocifera um sonoro “- LOL” para voltar de seguida a desmaiar. “- Hã?! Bem, como eu estava a dizer… Parece-me que deve ser única chocolateira fedorenta aqui estacionada…”. Depois de colocarem SSussana no “carro”, Quim Zé e Gisele dirigem-se para um dos elevadores. Assim que as portas abrem e entram dentro do elevador, antes de estas voltarem a fechar, têm um pequeno vislumbre de um homem nu a correr para fora do elevador do lado. Gisele podia jurar que conhecia aquele traseiro, não fosse Quim Zé estar ao seu lado.

Dentro do apartamento de Gisele, Daniel Caralhadas agarrava Fifi para o impedir de correr atrás de Martim “- Larga-me seu brutamontes, o Menino Quim Zé vai nu!”, “- Pois vai e tu tens nada a ver com isso meu cabrão! Meu paneleiro do caralho!”. Ao ouvir aquelas palavras Fifi, apoderado de uma força descomunal manda Daniel ao chão e tenta correr para a porta “- Eu não sou paneleiro! Sou o mordomo másculo dos Naofaznenhum!”. Assim que atinge o limiar da porta, vê o elevador e de dentro dele saem Quim Zé e Gisele “- Oh não o Fifi está cá!” profere Gisele já desesperada com o que lhe tinham feito à noite.
"- Fifi, que estás aqui a fazer?"
"- Bem senhor, o patrão disse que o menino tinha desaparecido depois da reunião e eu fiquei preocupado, como não atendiam o telefone corri para cá."
“- Eu estive cá a tarde toda, o telefone nunca tocou.”
Exclama Gisele desconfiada.
“- Que reunião, eu não fui a reunião nenhuma.”
“- Não foste?! Mas então ficaste o quê a fazer na empresa?”
Gisele começava a desesperar com a confusão.
“- Eu não estive na empresa fui a Lisboa ver os MTV Music Awards.”
“- Foste o quê? E não me levaste contigo?”
“- Ups… Desculpa doçura…”
“- Mas então, quem esteve comigo a tarde toda?”
“- Tu estiveste com alguém a tarde toda?”
“- Ups…”
“- Mas eu já não percebo nada! Tem alguma coisa a ver com o homem pelado que eu vi sair do elevador? Espera lá, tu aí!!”
Assim que começou a aperceber-se que ninguém tinha reparado na sua presença Daniel Caralhadas tenta esgueirar-se pela porta, mas a meio do caminho é interrompido:
“- Quê que foi caralho?”
“- Você deve saber o que se passa!”
Berra Quim Zé aflito com o que se passava.-
“- Eu?! Fodasse eu não sei de nada caralho. Vim trazer a minha bebedazinha a casa e esta cambada de cabrões nem sequer a querem cá. Ide pó caralho meus filhos da puta se pensam que eu vos vou dizer o que quer que seja!!” E desata a correr em direcção ao elevador.
Já no estacionamento Daniel entra no seu carro onde já se encontravam SSussana e Martim. “Tu tens muito que explicar ó meu filho da puta!”

No Bairro dos Fedidos, Connie caminhava desesperada pelo trilho de merda. Mas que raio iria ela dizer a Afonso quando o visse. “- Olha amorzinho, voltei depois de vinte anos para te fazer uma proposta de um ménage a trois com o homem pelo qual eu te deixei, aceitas?” Ridículo. Enquanto murmura estas palavras Connie é repentinamente encandeada pelas luzes de uma chocolateira que se aproxima a toda a velocidade. Sem tempo para se desviar, Connie grita “- Foooodasssseeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee” há medida que é abalroada pelo veículo e vai parar ao monte de lixeira mais próximo. Deitada nos escombros daquilo que um dia já foi uma sanita, Connie, enquanto pensava que efectivamente vivia rodeada de merda, ouve ao longe uma voz masculina “- Mãaaaaaaaaaaaaaaaaeeeeeeeeeeeeeeee!”. Enquanto começava a fechar os olhos e a perder sensação no corpo todo, num breve suspiro antes de adormecer, vislumbra uma sombra que se debruça por cima de si e ouve “E é amar-me assim perdidamente, é mentir, roubar e só faltar matar! Fodeste-te!” Era Maluca, só podia mesmo ser Maluca, antes de desmaiar por completo, Connie ouve ainda um sonoro PUF, e fecha os olhos, ficando por saber se perdeu os sentidos por causa das dores ou do cheiro.

Depois de ter retirado a máscara de repressão que tinha colocado há muitos anos depois de ela se ter ido embora, Afonso, chora desalmado enquanto tomava o seu banho de imersão perfumado com rosas. Quando começa a abrir os pulmões para deixar sair o mais sincero suspiro que estava guardado havia anos, Afonso sente uma repentina dor no peito “- Raisparta… Boa altura para ter um ataque cardíaco, nu, no banho e e… sem o Fifi em casa!”. Porque Afonso era uma homem prevenido e nunca largava o seu telemóvel mesmo muito bom, pega nele com a mão disponível enquanto a outra agarra o peito e telefone para o 112. Com muito custo consegue sair da banheira, não vá desmaiar ali e morrer afogado, e dirige-se para o quarto. A dor, tornando-se de tal maneira poderosa, atira Afonso para o meio do chão do quarto não tendo este tempo de se vestir, acabando por ficar pelado, à espera da ambulância. Estranhamente, os seus últimos pensamentos recaíram sobre Fifi, e a noite chuvosa em que este apareceu pela primeira vez no seu apartamento realmente mesmo muito bom, envergando apenas uns farrapos encharcados e carregando um papel na mão que começava com as seguintes palavras “Esta mensagem é um aviso…”.