Episódio 1 - Quem seria?
Flashback:
Há muitos, muitos anos...
Toda a família Apodrecido chorava, naquela manhã. Tinha nascido o seu primogénito! Chorava, não de alegria, mas de aflição... "Agora como vamos sustentar este come-fraldas?!" Acontece que, àquela hora, na lixeira, passava Maluca, que ouviu a conversa. Pensou para si: "Hoje vai dar a Cornélia e as minhas mãos cheiram a alho, por isso, podia perfeitamente dar uma alegria a este casal!". Então, aproveitou um momento de fragilidade, ou seja, enquanto o casal Apodrecido "matava saudades" (o casal nunca tinha ouvido falar em quarentena - o pior surdo é aquele que tapa as orelhas), entrou na casa de lata e roubou-lhes a criança. O que teria acontecido àquela criança?
Deitado na cama, Martim fixava o olhar na mancha de bolor da parede, enquanto pensava na mulher que o tinha abordado no tasco. Enquanto revivia mentalmente o momento em que as suas línguas se tocaram, o jovem moçoilo sentiu qualquer coisa a percorrer-lhe a espinha. Poderia ter sido um arrepio, poderia ter sido apenas o amor. Era uma pulga. Levantou-se, sacudiu-se e pensou para si: "tenho de ter esta mulher para mim". Entretanto, esse pensamento foi interrompido por uma discussão que ouviu no meio da rua. Claro, só podia. Bianca Cristina e Olivério.
- "Se não páras de me fazer boquinhas, eu amando-te com a mala nas trombas!" - ameaçou Bianca Cristina.
- "Tininha, ma tu não untendes que sumos iguaizes? Bate-me, minha flor, bate-me!"- respondeu Olivério, enviando-lhe mais um beijo, com a boca, com a pontaria de um sniper.
Não passou nem um segundo e Bianca Cristina espetou-lhe com a mala... não calculando bem as distâncias e esquecendo-se por momentos que Olivério tinha 2 metros de altura, a mala foi parar às suas partes íntimas. Bianca não se arrependeu, pensou antes nos mil e um gajos que iria encontrar no hospital se continuasse a bater desalmadamente em Olivério, com a mala. Vários futuros namorados, pensou. Finito o espancamento, até ao momento em que o pobre rapaz já não conseguia dizer a palavra "meu amor" com a dignidade de um homem, lá foi a cambada toda para o hospital mais próximo. Sabem bem que nestes bairros, tudo se sabe e, para onde vai um, vão todos. Todos, menos o casal Apodrecido, que disse ter uns "assuntos" inadiáveis para tratar dentro de casa, e o Paulo Xarros, que nunca havia saído da janela em toda a sua vida.
No Hospital mais próximo...
- "Ai que caralho, mas vocês acham mesmo que era preciso vir toda a gente para o hospital por causa de uns tomates doridos?" - disse Daniel Caralhadas, que era o único do bairro a ter carro - chamemos-lhe carro, vá.
Sem deixar ninguém responder, Martim afasta toda a gente com os braços e fica como que encadeado a olhar para sabe-Deus-onde.
- "Para onde tazolhar, Martim?"- perguntou Bianca Cristina, enquanto tirava a mão de Olivério do seu ombro, deixando-o cair ao chão.
- "É... é... é..." - gaguejou Martim.
Martim tinha visto alguém que tinha chamado a sua atenção no hospital. Quem seria?
1 Comments:
At 1:58 AM, Anonymous said…
quem teria chamado a atenção de martim, seria a moçoila que o beijou na "merda do bar da esquina" e que o tinha feito sentir um arrepio na espinha, que afinal era uma pulga? seria o canalizador com quem tinha sonhado na noite anterior? seria um doente, cujo o estado terminal e órgãos dependurados, lhe transtornavam o semblante?
será que olivério, algum dia poderá ter filhos, ou terá que recorrer a técnicas perigosas de manuseamento púbico, que o poderão mais uma vez trazer ao hospital, com problemas testiculares?
e quantos namorados, irá bianca cristina, trazer do hospital? e quantos deles terão doenças venéreas? e será que vão caber todos no carro do daniel caralhadas?
saibam isto, ou não, no próximo episódio, não o percam porque eu também não...
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